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Mutirão de acolhimento percorrerá cidades nos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher

Ação do Comitê Interinstitucional, iniciada nesta quarta-feira (25/11) na Capital, oferece informações e serviços gratuitos

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À direita, médico cumprimenta mulher. No restante da imagem, Largo Glênio Peres com movimentação de pessoas e ônibus estacionados em fila.
Unidade móveis de diversas instituições estiveram no Largo Glênio Peres entre 10h e 16h desta quarta-feira (25/11) - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

O Largo Glênio Peres, no Centro de Porto Alegre, foi palco de um mutirão para acolhimento a centenas de mulheres entre a manhã e a tarde desta quarta-feira (25/11). A ação deu início às atividades programadas pelo Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher para os 16 dias de ativismo e conscientização por respeito e igualdade, bem como para prevenção e combate a abusos e agressões ao público feminino. Até o dia 10 de dezembro, a mobilização percorrerá outras 15 cidades do grupo de 23 municípios priorizados pelo RS Seguro, levando informações e oferta de atendimentos e serviços gratuitos (confira o calendário abaixo).

Duas mulheres com jalecos brancos, máscara e viseira de proteção contra o coronavírus, sentadas diante de uma mesa embaixo de um toldo ao lado do Mercado Público. Sobre a mesa, material para testes rápidos da Covid-19.
Também foram realizados testes rápidos para Covid-19 durante a ação no Centro da Capital - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

A atividade conta com a participação da Polícia Civil, Prefeitura de Porto Alegre, Brigada Militar, Instituto-Geral de Perícias, Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça do RS, Defensoria Pública do Estado, Secretaria da Segurança Pública (SSP), Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do RS (SJCDH), entre outros órgãos. O objetivo é promover ações sociais junto à população, como orientações gerais, distribuição de material informativo e kits com material de higiene (máscaras e álcool em gel) e realização de testes rápidos da Covid-19.

A Polícia Civil e a Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar farão parte de todas as visitas, levando suas viaturas para locais públicos e arejados, com amplo acesso às pessoas nessas cidades, durante os 16 dias, das 13h30min às 18h. Neste período, a população poderá receber informações sobre a atuação das equipes no RS, locais de atendimento e todo tipo de dado relevante para auxiliar as mulheres no combate à violência.

Ao lado de uma mesa com folders na cor branco e lilás, uma possível civil entrega um kit com o informativo para uma mulher. A fundo, ônibus da Polícia Civil e da BM com banners.
Mutirão distribuiu material informativo sobre os serviços da rede de proteção à mulher no RS - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

A chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, destacou a importância da aproximação das instituições ligadas à Rede de Proteção à Mulher com a comunidade para levar informação dos diversos canais de atendimento às vítimas. “A violência contra a mulher se constrói em um contexto muito mais amplo do que os ataques visíveis, as agressões e abusos que podem acabar em feminicídios. São restrições à liberdade, censura por causa da roupa, exigir controle sobre as amizades, celular, onde vai. Esse evento, assim como os atendimentos permanentes que realizamos, visam levar informação e acolher as mulheres para que elas consigam se perceber quando envolvidas nessas situações e procurem ajuda”, afirmou Nadine, ressaltando ainda a importância da representação feminina em espaço de protagonismo.

A coordenadora das Patrulhas Maria da Penha da Brigada Militar, major Karine Pires Soares Brum, também enfatizou a importância de ações preventivas como os 16 Dias de Ativismo. “Pequenos gestos de violência como controle das redes sociais, dos relacionamentos familiares, das roupas, tudo isso é violência. Nesse espaço conseguimos falar para que as mulheres possam se reconhecer em uma situação de violência ou reconhecer uma amiga que passa por essa situação, para dar a chance de que elas busquem acolhimento antes de um quadro extremo” completou.

Fila de pessoas em frente a um ônibus lilás.
Ônibus Lilás da SJCDH oferece atendimento multidisciplinar para mulheres - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

A ação do Comitê durante os 16 Dias de Ativismo também conta com o Ônibus Lilás, veículo especialmente preparado pela SJCDH para disponibilização de atendimento e material informativo sobre violência de gênero e os serviços da rede de atendimento à mulher em situação de violência existentes no Estado. O ônibus é equipado com duas salas fechadas que garantem a privacidade da vítima, copa, banheiro e uma equipe composta por profissionais das áreas de serviço social, psicologia, atendimento jurídico e segurança pública.

“A falta de informação sobre os serviços de proteção à mulher é muito grande. As vítimas não sabem onde procurar auxílio e isso acaba impedindo que muitas mulheres peçam ajuda e denunciem a violência sofrida. Como estado, é nosso dever estar ao lado dessas mulheres. Esse é o nosso principal objetivo: oferecer apoio e segurança”, afirmou o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mauro Luciano Hauschild.

Para a diretora de Políticas para as Mulheres, Bianca Feijó, os 16 Dias de Ativismo são um evento de extrema importância por chamar a atenção do mundo inteiro para a causa. “A violência tem origem em um problema estrutural da nossa cultura, que é o machismo. Por isso é tão importante que, de fato, toda a sociedade, não apenas o Estado ou a família da vítima, busque se engajar nessa causa e entender o seu papel na construção de uma cultura onde ser mulher não seja motivo para a morte de ninguém”, comentou Bianca.

Procuradora de Justiça Angela Salton, subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MP, Marcelo Dornelles, chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, e secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mauro Luciano Hauschild.
Ministério Público também participa das ações do Comitê Interinstitucional nos 16 Dias de Ativismo - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

Também marcaram presença com unidades móveis para atendimento ao longo do mutirão O IGP, com equipe coordenada pela perita médico-legista Angelita Machado Rios, a Defensoria Pública, representada pela defensora pública Aline Palermo Guimarães, dirigente do Núcleo de Direitos Humanos, e o Ministério Público Estadual, com participação da procuradora de Justiça Angela Salton Rotunno, coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, da Saúde e da Proteção Social do MP, e do subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MP, Marcelo Dornelles.

Em frente a um micro-ônibus da Defensoria Pública, uma servidora do órgão, de colete verde, conversa com uma idosa, de camisa com estampa tigrada, apoiada em uma muleta.
Defensoria Pública também levou unidade móvel ao Centro da Capital para levar informação às mulheres - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

“A participação da Defensoria Pública na ação demonstra a preocupação e o envolvimento da instituição com a luta pelo fim da violência contra as mulheres. O mutirão realizou aproximadamente 200 atendimentos, com ampla procura pelos serviços da Defensoria nas mais diversas áreas, viabilizando o fornecimento de informações processuais e o esclarecimento de dúvidas da população”, afirmou a defensora pública Aline.

“A violência doméstica é uma das maiores preocupações do MP, já que quase um terço dos processos criminais existentes envolvem violência contra a mulher. Ações como essas são fundamentais para mostrar para sociedade a disposição das instituições públicas em enfrentar essa grave chaga social”, disse a procuradora Angela.

O Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, criado por meio do Decreto nº 55.430/2020, tem como objetivo central fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover entre os gaúchos uma mudança de cultura, que valorize a proteção da mulher na sociedade em todas as suas formas, tendo como premissa a atuação integrada. Coordenado pelo Programa Estruturante e Transversal RS Seguro, reúne o trabalho dos três Poderes, de 15 instituições das esferas municipal e estadual, além de sete secretarias de Estado. 

Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres são uma campanha anual e internacional que começa no dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. 

Lado a lado, autoridades posam para foto no Largo Glênio Peres, em Poa. Ao fundo, ônibus da BM.
Evento contou a representação de autoridades de todos os órgãos integrantes do Comitê Interinstitucional - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

A programação do 16 Dias de Ativismo no Estado:  

25/11 - Abertura em Porto Alegre (Largo Glênio Peres)

Sempre entre 13h30min e 18h
26/11 - Viamão (Praça Júlio de Castilhos)
27/11 - Canoas (Praça do Avião)
28/11 - Novo Hamburgo (Praça Punta del Leste)
29/11 - Alvorada (Praça Central João Goulart)
30/11 - Passo Fundo (Praça da Cuia)
01/12 - Cruz Alta (Praça General Firmino)
02/12 - Ijuí (Praça da República) 
04/12 - Caxias do Sul (Praça Dante Alighieri) 
05/12 - São Leopoldo (Praça do Brinquedo) 
06/12 - Guaíba (Parque da Juventude) 
07/12 - Santa Maria (Praça Saldanha Marinho) 
08/12 - Pelotas (Mercado Público) 
09/12 - Rio Grande (Praia do Cassino)
10/12 - Sapucaia do Sul (Praça General Freitas)
11/12 - Encerramento dos 16 Dias de Ativismo, em Bento Gonçalves (rua Marechal Floriano, em frente à Praça Walter Galassi)

Texto: Carlos Ismael Moreira/SSP
Edição: Ascom SSP

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