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Operação O Infiltrado desmascara ex-estagiário da Justiça que vendia informações para grupo criminoso

Polícia Civil identificou movimentações suspeitas de mais de R$ 7 milhões em crimes de lavagem de dinheiro

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A imagem mostra parcialmente um agente da Polícia Civil uniformizado que segura envelope e se prepara para a operação O Infiltrado
Polícia Civil investiga o vazamento de informações judiciárias privilegiadas para organizações criminosas e lavagem de dinheiro - Foto: DCS/PC-RS

a imagem mostra dois agentes da Polícia Civil, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em uma residência, vasculhando um armário
Agentes cumprem mandados de busca e apreensão durante a operação O Infiltrado - Foto: DCS/PC-RS
A Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (DRLD/Dercap) deu início na última quarta-feira (18/6) à operação O Infiltrado. A ofensiva é resultado de uma investigação de lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional, organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. 

Aproximadamente 200 policiais civis cumpriram 47 mandados de busca e apreensão nas cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Rio Pardo, São Leopoldo e Viamão. Até o momento, uma pessoa foi presa. Celulares foram apreendidos durante a ação. Na investigação, 42 pessoas físicas e duas pessoas jurídicas tiveram o sigilo bancário e fiscal analisados.

Agente uniformizado aponta fuzil para endereço alvo da operação
A Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro deu início na última quarta-feira (18/6) à operação O Infiltrado - Foto: DCS/PC-RS
Segundo o diretor do DRLD/Dercap, Cassiano Cabral, um estagiário do Poder Judiciário, já afastado e investigado, teria se aproveitado de sua função para acessar e repassar informações sigilosas a integrantes de uma organização criminosa que pratica tráfico de drogas e extorsões na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ao mesmo tempo que cobrava por essas informações, o jovem, que trabalhava no Foro de Gravataí, participava de um esquema de lavagem de dinheiro, ocultando e dissimulando valores obtidos com atividades ilícitas.

A imagem mostra um auditório com agentes uniformizados
Aproximadamente 200 policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão em Rio Pardo e oito municípios da Região Metropolita - Foto: DCS/PC-RS
“Identificamos a movimentação suspeita de mais de R$ 7 milhões, valor que se presume ser oriundo de atividades criminosas. O estagiário movimentou cerca de R$ 2 milhões entre 2022 e 2023. As análises bancárias e telemáticas revelaram um amplo sistema de lavagem de capital, dissimulado com uso de duas empresas de fachada e ‘laranjas’, pessoas ligadas aos traficantes, contas de terceiros e depósitos fracionados em espécie”, informou Cabral.

Outro investigado, considerado um dos principais coordenadores da operação, atualmente cumpre pena no Presídio de Charqueadas, mantendo ativa a cadeia de comando por meio de terceiros. Para Cabral, o acesso privilegiado permitia que líderes e operadores do tráfico de drogas, mesmo no sistema prisional, adotassem estratégias de blindagem patrimonial, mobilidade e dissimulação de valores, dificultando a atuação dos órgãos de segurança pública na recuperação de ativos originados em atividades ilícitas. 

A operação representa o compromisso da DRLD/Dercap no enfrentamento à infiltração institucional por criminosos, de acordo com Cabral. “A investigação demonstrou, de forma robusta, o vazamento de informações privilegiadas, inclusive sentença e deferimento de cautelares,  sem o conhecimento dos magistrados, caracterizando o aproveitamento indevido de estruturas do Estado para fins escusos e o envolvimento de um ex-servidor com o crime organizado”, afirmou.

Texto: Dulce Mazer/Ascom SSP-RS. Edição: Dario Panzenhagen / Ascom SSP-RS

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