Operação Argos mira esquema de lavagem de dinheiro em Esteio
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A Delegacia de Polícia de Esteio desencadeou, na manhã desta quinta-feira (12) a Operação Argos, com o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro no município. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em seis endereços relacionados aos investigados em Cachoeirinha, Imbé, Canoas e Sapucaia do Sul.
Durante a ação, foram apreendidos celulares e documentos que serão analisados na continuidade das investigações. Os suspeitos são um homem de 42 anos, sua companheira e outro indivíduo. O principal envolvido possui múltiplas passagens por roubo de veículos, de cargas e a estabelecimentos comerciais, além de porte ilegal de arma de fogo. Ele esteve preso de abril de 2021 até janeiro de 2024, quando foi beneficiado com prisão domiciliar.
A apuração teve início após a apreensão de um veículo durante uma ocorrência de roubo, em outubro de 2024. O titular da DP de Esteio, delegado Gabriel Lourenço, conta que o principal suspeito compareceu à delegacia e solicitou a restituição do bem utilizando uma procuração com data posterior ao crime, o que chamou a atenção dos investigadores. Durante os depoimentos, foi revelado que ele utilizava “laranjas” para ocultar a propriedade de seus bens, como o automóvel em questão, que estava registrado em nome do outro indivíduo investigado na operação. Este último confirmou ter emprestado seus dados para constar na documentação do carro a pedido da companheira do suspeito, sob a alegação de que o casal possuía uma frota para locação e não queria mais bens em seus nomes.
Para a Polícia Civil, a companheira do alvo principal utilizaria uma empresa constituída em 2018, em Esteio, como fachada para a lavagem dos recursos que teriam sido obtidos a partir dos roubos efetuados pelo homem. A firma apresentava movimentações financeiras sem lastro justificável, incluindo sucessivas alterações contratuais e ampliação do capital social. O esquema funcionaria da seguinte forma: a mulher adquiria veículos com dinheiro supostamente proveniente da ação criminosa do suspeito e os alugava para terceiros, gerando receitas aparentemente lícitas. Essa renda seria mesclada a outros fundos da empresa, dificultando a rastreabilidade da origem criminosa dos recursos.
“A operação visa interromper a lavagem de dinheiro e responsabilizar todos os envolvidos. As investigações prosseguem para completa elucidação dos fatos e eventual identificação de outros participantes da organização criminosa”, afirma o delegado Lourenço.
Texto: DCS/PCRS. Edição: Letícia Jardim/Ascom SSP-RS