Em audiência realizada na tarde desta quarta-feira (20/02), o secretário estadual da Segurança Pública, José Francisco Mallmann, recebeu em seu gabinete a visita do deputado estadual Adroaldo Loureiro (PDT), acompanhado do prefeito de Santo Ângelo, Eduardo Debacco Loureiro, e do presidente da Câmara de Vereadores do município, Eduardo Silva.

No primeiro ponto da pauta, os representantes da cidade missioneira trouxeram ao secretário a aflição de sua comunidade com a possível transferência da unidade regional da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), de Santo Ângelo para Ijuí. Mallmann, por sua vez, reiterou que a informação não procede e explicou a Loureiro e Silva os objetivos da SSP com a reestruturação organizacional das vinculadas da Pasta (Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto-Geral de Perícias e Susepe). Na Brigada Militar, destacou o secretário, haverá “uma racionalização dos recursos administrativos em prol de uma maior operacionalidade da tropa”. Com a medida, assinalou, PMs hoje em atividade administrativa serão reconduzidos para a atividade-fim da corporação, o policiamento ostensivo. Na Polícia Civil, o titular da SSP enfatizou que em cidades com, por exemplo, três delegacias e efetiva baixa produtividade na operação policial, haverá a criação de Centrais de Polícia. Essas unidades terão apenas uma área cartorária e, conseqüentemente, um maior número de policiais na atividade de investigação, premissa básica da instituição.

No segundo ponto do encontro, o deputado Adroaldo Loureiro solicitou ao secretário que peritos do IGP venham a auxiliar na possível exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, sepultado em São Borja. O pedido atenderia a demanda de subcomissão criada nesta quarta-feira na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), da Assembléia Legislativa, da qual Loureiro é relator, e motivada por recente entrevista na mídia do ex-agente do serviço secreto uruguaio Mario Neira Barreiro, que garantiu ter participado de operação para eliminar o ex-presidente, morto no exílio, em 1976, na Argentina.

Segundo Loureiro, a minúcia nos detalhes do depoimento do uruguaio, atualmente preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, reacenderam as dúvidas se a morte de Jango decorreu mesmo de problemas cardíacos ou de um suposto envenenamento. Durante o encontro, Mallmann também colocou a Susepe a disposição da subcomissão, que pretende colher o depoimento de Barreiro. O caso já está sendo apurado pela Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e Congresso Nacional.