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CRBM divulga perfil dos condutores envolvidos em acidentes nas rodovias

Publicação:

O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), responsável pelo patrulhamento nos mais de 11.356 Km de rodovias e estradas estaduais, concluiu seu balanço parcial da acidentalidade, referente aos primeiros dez meses do ano de 2005. Os resultados são positivos. Os acidentes registrados nas rodovias estaduais, nos primeiros dez meses de 2005 (8.271 acidentes), indicaram uma redução de 4,0 % em relação a igual período de 2004 (8.618 acidentes), apesar da frota gaúcha ter experimentado um crescimento na ordem de 5,7 % veículos (acréscimo de 184.239 veículos em circulação - base: outubro 2004/2005).

Nos primeiros dez meses do ano (de 01/01/05 a 31/10/05) foram registrados, nas rodovias estaduais sob responsabilidade operacional do Comando Rodoviário da Brigada Militar, em termos gerais (considera todos os tipos) 8.271 acidentes de trânsito, envolvendo a participação de 13.647 veículos e de 13.449 condutores, sendo que da análise dos documentos operacionais resultaram variáveis relevantes associadas aos condutores envolvidos em acidentes de trânsito, variáveis essas válidas para a malha rodoviária estadual, como se apresentam abaixo:

QUANTO AO TIPO DE ACIDENTE

Considerando as quatro maiores incidências, nas rodovias estaduais, 30,8% dos condutores envolvidos em acidentes, estiveram relacionados a acidentes do tipo Abalroamento (acidente que ocorre quando um veículo em movimento é colhido lateral ou transversalmente por outro veículo, também em movimento); 2.425 (29,3%) condutores se envolveram em acidente do tipo Choque (impacto de um veículo contra qualquer obstáculo - poste, árvore, etc.- ou em outro veículo estacionado); 17,3% (1.432) dos condutores se envolveram em acidente do tipo Colisão (impacto de dois veículos em movimento de frente ou de traseira); na forma de Capotamento (acidente em que o veículo, mesmo que momentaneamente, fica com as rodas para cima), foram envolvidos em acidentes 577 condutores, representando 7,1% do total. Na análise chama a atenção que naqueles acidentes que envolveram apenas um veículo (capotamento e choque), onde a imperícia ou a imprudência, na maioria das vezes, está presente, representam mais de 1/3 do total apurado.

QUANTO AO SEXO DOS CONDUTORES ENVOLVIDOS

Pelos dados, 88,7% dos condutores envolvidos eram do sexo masculino (11.932) e 8,4% do sexo feminino (1.137), restando não identificados 2,8% dos condutores (380), que se evadiram do local do acidente e/ou não puderam ser identificados. Nesta análise deve ser considerado que, em Outubro/2005, existiam 2.913.163 condutores habilitados no RS, sendo que 73,1% são representados por homens e 26,9% são mulheres, podendo ser concluído que, nas estradas estaduais, a proporcionalidade de mulheres envolvidas em acidentes é menor que a sua representatividade no universo de CNH existentes. Ao se comparar os dados de 2004 e 2005, se verifica não ter havido alterações significativa nos comportamentos dos dados, que denote modificação de tendência.

QUANTO A FAIXA ETÁRIA DOS CONDUTORES

No tocante à faixa etária dos condutores envolvidos em acidentes de trânsito, apurou-se as três principais faixas etárias de acidentalidade: 37,5% dos condutores (5.039) estão na faixa dos 26 aos 40 anos de idade; 30,1 % dos condutores tem idade entre 41 e 60 anos (4.043); na idade entre 19 e 25 anos, houve a participação em 21,0% (2.823 condutores). Esta análise é relevante, pois mostra que os condutores habilitados na forma do novo Código de Trânsito Brasileiro, a partir do início de 1998 - limite máximo de 25 anos, pois possuíam 18 anos, à época, indicam participação maior que a sua representatividade no universo das CNH existentes (das 2.913.163 CNH existentes, esta faixa de idade representa apenas 16,4 % - 479.348 habilitações), apesar de ter havido uma redução de 38,7 % em relação a 2004 no envolvimento desta faixa etária na acidentalidade (2004 - 4.248 condutores envolvidos), o que pode ser explicado pela troca de faixa etária do limite superior (agora estão na faixa dos 26 aos 40 anos), habilitados na legislação anterior.

QUANTO À DISTÂNCIA PERCORRIDA ATÉ O ACIDENTE

Dentre os condutores envolvidos em acidentes de trânsito, no levantamento da ocorrência, foi constatado que 44,3 % dos condutores (5.562) não haviam percorrido mais do que 10 Km desde o início do deslocamento até o momento do acidente; 24,9 % dos condutores (3.353) haviam percorrido distância entre 10 e 50 Km; apenas 348 (2,6 %) informaram que estavam dirigindo em distância entre 200 e 500 Km. Desta forma, dos condutores envolvidos em acidentes, 69,2 % (9.315) informaram que não percorreram mais do 50 Km desde o início do deslocamento até o envolvimento no acidente. Esta análise possibilita inferir que os acidentes nas rodovias estaduais, em sua maioria, pela pequeno percurso percorrido, se verificaram nos entornos dos centros urbanos servidos pela malha rodoviária, nos deslocamentos entre cidades próximas ou, pela pouca experiência no trânsito rodoviário, que difere, em muitas características do trânsito urbano, confirmado pelo fato de que os dados no corrente ano, em relação a 2004, referente a condutores que não percorreram mais de 10 Km até o acidente, crescerem 104,1 % (2004 - 2.921 / 2005 - 5.962).

QUANTO AO TEMPO NA DIREÇÃO DO VEÍCULO ATÉ O ACIDENTE

No mesmo sentido, a fim de se verificar o tempo em que o condutor esteve submetido ao volante até o acidente, foi constatado que 42,7% dos condutores envolvidos em acidente de trânsito (5.742) não dirigiram por mais de 15 minutos até se envolverem no acidente; juntamente com os que informaram estarem entre 15 e 60 minutos na condução do veículo, que representou 27,8 % (3.743), do total de condutores envolvidos em acidentes, se conclui que 70,5% (9.485) não estiveram submetidos à condução do veículo por mais de 60 minutos. Estas constatações são importantes, pois existe um mito de que, nas rodovias, as longas viagens e o elevado tempo de submissão ao volante, são causas preponderantes da acidentalidade, o que não se mostra presente nestes meses de 2005, pelos dados apurados, podendo ser reafirmado pelo fato que o número de condutores que estiveram na direção do veículo, desde o início do deslocamento até o acidente, em tempo de até 15 minutos, ter crescido 129,0 % em 2005 (5.742) em relação a igual período de 2004 (2.507).

QUANTO A CATEGORIA DE CNH DO CONDUTOR

Com relação à categoria de CNH do condutor envolvido em acidente de trânsito em rodovia estadual, constatou-se que 53,2% dos condutores envolvidos em acidentes estão habilitados na categoria B, sendo que os motoristas habilitados na categoria C (transporte de carga que exceda 3,5 t de peso bruto total) representaram 7,6% dos condutores envolvidos; os condutores habilitados para Moto tiveram uma participação em 10,7% (1.178) no total dos condutores envolvidos em acidentes; os condutores habilitados como D (transporte de passageiros com lotação maior do que 8 passageiros, excluído o motorista), representam 5,7% dos condutores envolvidos em acidentes; na apuração dos acidentes, verificou-se que 3,6% dos condutores envolvidos (483) não possuíam habilitação. Comparando os dados de 2004 e 2005, registra-se uma redução de 57,7% nos condutores com CNH C nos acidentes e de 39,5% naqueles que possuem CNH da categoria D, o que muito pode ser creditado às constantes preocupações das entidades sindicais, patronais e empresas no treinamento de seus integrantes, onde o CRBM tem sido convidado, com muita freqüência, para difundir os conhecimentos.

QUANTO AO USO DO CINTO DE SEGURANÇA

Em 2005, na apuração dos acidentes, quando todos os dados essenciais são coletados, verificou-se que 75,4% dos condutores acidentados utilizavam o cinto de segurança e 11,5% não estavam utilizando tal dispositivo de segurança obrigatório quando do acidente, o que preocupa, se verificado que comparado a igual período de 2004, houve um aumento nos condutores que não estavam usando cinto de segurança em 98,8% (2004 - 780 / 2005 - 1.551), no momento do acidente, o que demonstra uma não conscientização dos motoristas, apesar da intensa fiscalização que é realizada nas rodovias estaduais, como mola impulsora de inibição deste tipo de infração.

QUANTO A INGESTÃO DE BEBIDA

Com relação a ingestão de bebida alcóolica, apurada no momento do acidente, foi constatado que 84,2% dos condutores (11.321) não apresentavam indícios de embriaguez; 207 condutores (1,5 % do total) estavam embriagados por ocasião do acidente; e, em 14,3% dos condutores (1.921) não foi possível apurar, haja vista não estarem presentes ou pelas suas negativas em submeterem-se aos testes aceitos pela legislação vigente, face dispositivo constitucional de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si próprio, sendo que, em 2005, houve uma diminuição de 13,4% nos condutores embriagados (em 2004 - 239) e um crescimento em 26,8% naqueles não localizados ou que se negaram a submissão aos testes legais (em 2004, representavam 1.515 condutores).

Com base nestes indicadores dos primeiros dez meses de 2005, se pode, para fins de ensaio estatístico, inferir o perfil potencial do condutor que mais se envolve em acidente de trânsito na rodovia estadual, considerando os dados acumulados em 2005 (até 31 de outubro), como sendo:

  • Condutor do sexo masculino;
  • Participante de um acidente do tipo abalroamento;
  • Situado numa faixa etária entre 26 e 40 anos de idade;
  • Portador de CNH categoria B;
  • No momento do acidente, está usando cinto de segurança;
  • No momento do acidente, não está sob efeito de bebida alcóolica;
  • Que até o momento do acidente percorre uma distância não superior a 10 Km, desde o início do deslocamento;
  • Condutor que não está submetido à direção do veículo por mais de 15 minutos.

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