Sistema japonês é destaque no Seminário Internacional de Polícia Comunitária
Publicação:

O destaque da terceira edição do Seminário Internacional de Polícia Comunitária, promovido pela Brigada Millitar, que terminou nesta terça-feira (3), foi a experiência japonesa de policiamento comunitário. A perita policial Hisami Ohashi contou como o Japão reduziu os índices de criminalidade com ações de prevenção.
Com uma população entre 120 a 130 milhões de habitantes o Japão registrou apenas mil homicídios em 2016. Segundo Hisami Ohashi, o Sistema Koban, policiamento comunitário japonês, existe há 130 anos e abrange todas as 47 províncias, com bases de segurança comunitária e bases de segurança comunitária distrital, onde os policiais residem.
Segundo Ohashi, 80% da força policial japonesa está voltada à prevenção."Operacionalizamos a Segurança Pública através da integração de todos os atores sociais, governo, polícia e comunidade. São vários agentes trabalhando em parceria no enfrentamento ao crime", explicou.
O comandante-geral da BM, coronel Andreis Silvio Dal'Lago, observou que no Rio Grande do Sul a lógica ainda é inversa, apenas 5% são investidos em prevenção. "Mas queremos reverter essa lógica até conseguir chegar a esse patamar. Evidentemente que levando em conta as diferenças na questão cultural do povo japonês e do povo brasileiro. Mas a técnica de proximidade, os mecanismos que eles têm usado para informar a comunidade do que é o policiamento comunitário, a metodologia utilizada no treinamento dos seus policiais para uma aproximação adequada com a comunidade, em especial no combate aos pequenos delitos, isso é perfeitamente aplicável ao Rio Grande do Sul e ao Brasil", afirmou.
Segundo Dal'Lago, esse é um trabalho de médio e longo prazo. "A repressão qualificada deve permanecer, mas precisamos investir na prevenção para conseguir, através da mudança de comportamento do policial e da comunidade, chegar aos patamares dos indicadores de criminalidade semelhantes ao modelo japonês", disse.
Atualmente, o policiamento comunitário da corporação possui três modelos de atuação. Um deles é o núcleo de polícia militar onde o brigadiano mora no bairro em que atua, o segundo são as bases móveis comunitárias e o terceiro são as bases fixas, com companhias presentes dentro das comunidades. Desde 2015, o Rio Grande do Sul tem enviado oficiais ao Japão para realizar esse intercâmbio, em que oficiais gaúchos voltam como multiplicadores do conhecimento e da experiência adquiridos.
Além da perita japonesa, também participaram do painel 'Boas práticas no Policiamento Comunitário no Brasil e as ações no Acordo de Cooperação Brasil-Japão', o representante da Policia Militar de São Paulo, capitão Luciano Quemello Borges; da Policia Militar de Minas Gerais, tenente-coronel Alexandre Magno de Oliveira; e o major André Marcelo Ribeiro, da Brigada Militar. O mestre em Administração, Flávio Abreu, falou sobre 'A gestão pública na atualidade'.
No final do encontro, integrantes da colônia japonesa no estado fizeram apresentações de canto e dança. O grupo existe há mais de 30 anos cultivando elementos da cultura japonesa no território brasileiro, festejando a união entre Oriente e Ocidente.