Segurança pública não é sinônimo de polícia, alerta o secretário de segurança do RJ
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O secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, foi o palestrante, na noite de terça-feira (6), na abertura oficial do 3º Seminário sobre Sociologia da Violência e Direitos Humanos, na sede do Ministério Público.
O objetivo do evento, que encerra amanhã, quinta-feira (8), é discutir o panorama geral da segurança pública no século XXI, tomando como base as análises sociólogicas e o respeito à dignidade e aos direitos humanos na construção de um novo modelo que deve atender as demandas sociais emergentes do terceiro milênio.
Beltrame fez um relato da situação encontrada por ele na área da segurança pública no Rio de Janeiro e de como conseguiu, através da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), diminuir os índices de criminalidade, como os homicídios. De acordo com ele, quando assumiu eram 41 homicídios para 100 mil habitantes. Hoje, essa relação é de 19 homícidios para 100 mil habitantes.
As 40 UPP,um dos mais importantes programas de Segurança Pública realizado no Brasil nas últimas décadas,implantado pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiroem 2008, atua a partir dos princípios da polícia de proximidade, um conceito que vai além da polícia comunitária e tem sua estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de Segurança Pública
O secretário, que é gaúcho de Santa Maria, destaca a importância de qualquer enfrentamento à criminalidade ser baseado em parcerias entre os governos – municipal, estadual e federal – e diferentes atores da sociedade civil organizada,garantindo a proximidade do Estado com a população . “Só assim foi possível executar a retomada permanente de comunidades dominadas pelo tráfico”, alertou.
Uma das questões levantadas por Beltrame é a questão da violência urbana. Segundo ele, a polícia é parte da segurança pública. “Segurança Pública não é sinônimo de polícia. Onde está a assistência social, as perspectivas para a juventude. O que temos que acabar é com as causas da violência. Todos querem um policial para chamar de seu, na porta de sua casa. Não podemos pensar só na árvore, mas na floresta inteira”, alertou.
O Estado do Rio de Janeiro já recebeu 40 UPPs e até o fim deste ano a previsão é de que este número seja ampliado. A polícia pacificadora conta com um efetivo atual de 9.600 policiais. Esse quantitativo deve chegar a 12,5 mil. As UPPs em operação abrangem mais de 200 comunidades, beneficiando 1,5 milhão de pessoas. A pacificação cariocateve um papel fundamental no desenvolvimento social e econômico das comunidades, pois potencializou a entrada de serviços públicos, infraestrutura, projetos sociais, esportivos e culturais, investimentos privados e oportunidades.
O evento contou com as presenças do secretário de Segurança Pública do RS, Wantuir Jacini, o Comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas Moreira e a secretária-adjunta da Justiça e Direitos Humanos, Maria Elizabeth Pereira.
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