RS fecha primeiro trimestre com redução nos crimes de feminicídio e latrocínio
Com fortalecimento da segurança, ações estratégicas auxiliam forças policiais no combate à violência no Estado
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Com reforço no combate à violência doméstica, o Rio Grande do Sul encerrou o primeiro trimestre de 2023 com redução nos casos de feminicídios, um dos crimes mais desafiadores para a segurança pública do Estado. Entre janeiro e março deste ano, foram 24 ocorrências, representando uma queda de 14,3% em relação ao primeiro trimestre de 2022. Apenas uma das vítimas possuía medida protetiva vigente. Nos primeiros três meses do ano passado, 28 feminicídios foram registrados no RS.
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Mesmo com a redução de casos, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) segue canalizando esforços para frear a violência contra as mulheres no estado gaúcho. Além do fortalecimento da Delegacia Online da Mulher, o primeiro trimestre marcou ainda a abertura da 63ª Sala das Margaridas no Estado, espaço especializado no atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar nas delegacias de polícia. A realização da Operação Marias, que ocorre de forma integrada entre os órgãos de segurança para reforçar a fiscalização de medidas protetivas, também vem auxiliando na redução dos indicadores.
Assim como o feminicídio, o latrocínio, um dos crimes de maior gravidade, também fechou em queda de 14,3% neste primeiro trimestre de 2023. No acumulado entre janeiro e março, foram 12 ocorrências registradas, contra 14, em igual período de 2022. O reforço no policiamento se refletiu também na Capital, que encerrou o último mês de março, sem nenhum latrocínio.
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"Estamos trabalhando para fortalecer todo o sistema que envolve a segurança pública. Com planejamentos diários, os órgãos de segurança vêm realizando operações específicas impactando na redução da violência e no enfraquecimento de grupos criminosos. Além disso, o incremento das atividades de inteligência e a utilização de dados estratégicos do RS Seguro também fortalecem, cada vez mais, as ações de policiamento preventivo da Brigada Militar e investigações da Polícia Civil", destaca o secretário da Segurança Pública, Sandro Caron.
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Além destes indicadores, os primeiros três meses do ano também fecharam com redução nos crimes de roubos e furtos em geral, roubos de veículos, abigeato e o transporte público. Neste período, o Governo do Estado ainda confirmou o chamamento de 1,3 mil novos servidores para a área da segurança pública, entre brigadianos, policiais civis, bombeiros e policiais penais.
Homicídios
Embora o primeiro trimestre tenha registrado uma oscilação na taxa de homicídios com alta de 4,6% no Estado, as ações estratégicas adotadas pela SSP, que envolvem desde o mapeamento diário das ocorrências como reforço do policiamento em áreas específicas, já resultaram na diminuição de mortes violentas, no último mês de março. Enquanto a redução foi de 2,5% no RS, em Porto Alegre, o indicador caiu 26%, no mês passado.
Roubo de veículos segue em queda
Seguindo a tendência de queda, o trimestre também foi marcado pela redução de roubos de veículos no RS, chegando a 8,5%. Ao todo, 103 ocorrências a menos deixaram de ser registradas nestes três meses, ante igual período de 2022. Em Porto Alegre, a baixa foi ainda mais expressiva, chegando a 19,3%.
Já os crimes de roubo em geral também caíram no Estado, registrando queda de 7,2%.
Ônibus
Os indicadores de roubo a transporte coletivo também caíram 33,7% no primeiro trimestre no RS. Foram 126 ocorrências no acumulado, contra 190, no mesmo período de 2022.
Abigeato
No meio rural, a diminuição de crimes de abigeato chegou a 222, neste primeiro trimestre de 2023, queda de 19,8% em comparação com igual período do ano passado.
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Rede bancária
Com relação à rede bancária, foram registradas três ocorrências a mais neste trimestre (50%), em comparação com os primeiros três meses de 2022. Mesmo com a elevação da estatística, a maioria dos crimes é relacionada ao furto e arrombamento, que resultaram somente na subtração de objetos e materiais das agências, não sendo subtraídos valores dos caixas, quantias em dinheiro e acesso ao cofre. Em nenhum dos casos houve reféns ou vítimas. Em março, por exemplo, houve apenas um furto de um monitor de computador em um banco de Alvorada.
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As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP. Para aprimorar as comparações, os dados de 2020 e 2021 também foram atualizadas. A medida é um esforço de trabalho do Observatório Estadual da Segurança Pública em ampliar a transparência ativa. Também nesse sentido, desde janeiro, a planilha de 2022 passa a incluir coluna com o número de vítimas de CLVIs. Além de homicídios dolosos, feminicídios e latrocínios, esse conjunto soma registros de homicídio decorrente de oposição à intervenção policial, homicídio doloso de trânsito, lesão corporal seguida de morte, aborto, induzimento/auxilio suicídio e infanticídio. A medida ainda vai auxiliar pesquisadores a acompanharem a evolução do indicador que é avaliado pela GESeg, dentro da metodologia implantada pelo RS Seguro.
texto: Lucas Rivas/SSP