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Projeto de pintura e arte auxilia na inclusão social de pacientes do Instituto Psiquiátrico Forense

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A ideia é que ele ocorra durante todo o ano, em ciclos de três em três meses
A ideia é que ele ocorra durante todo o ano, em ciclos de três em três meses - Foto: Caroline Paiva/Susepe
Por Caroline Paiva/Susepe

Todas as sextas-feiras, um projeto inclusivo de pintura e arte é oferecido para pacientes do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), na Capital. Telas em branco, tintas coloridas, desenhos e muitas cores fazem parte do Artinclusão, que já realizou oficinas também com apenados da Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central) e da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ).

Com o objetivo de promover a inclusão social, por meio da arte e da pintura, o Artinclusão conta com o apoio da Vara de Execução de Penas de Medidas Alternativas (VEPMA). No IPF, o projeto iniciou em 30 de junho e está em seu quarto encontro. Mas a ideia é que ele ocorra durante todo o ano, em ciclos de três em três meses.

O idealizador é o artista plástico Aloizio Pedersen, também professor da rede pública estadual. Além do IPF, ele já trabalha com o Artinclusão há quatro anos na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). O professor ensina técnicas de pintura, utilizando como referência Jackson Pollock, Wassily Kandinsky, Paul Klee, dentre outros, além de conceitos de teoria da arte de Fayga Ostrower.

Arte como expressão e inclusão social
Segundo Pedersen, acessar o “interior” dos pacientes pela arte é mais fácil. “A arte ordena o cérebro, auxiliando na solução de problemas. Os quadros são textos para serem lidos. É legal ouvir enquanto eles pintam, pois os conteúdos interiores se deslocam para a consciência”, comenta. Para o artista, arte só é arte quando há o batismo da obra pelo público. Com isso, a ideia é que várias exposições das telas sejam feitas, inclusive no próprio IPF.

De acordo com a assistente social Adriana Feijó, que levou o projeto para o estabelecimento, como os pacientes possuem medida de segurança, é previsto para eles um tratamento. O projeto Artinclusão auxilia nesta questão. “A arte é mais uma forma de expressão. Ela auxilia no empoderamento do indivíduo: ele sai da condição de paciente e passa a ser ator da própria história. Ali ele é um artista. Isso mexe diretamente com sua autoestima”, relata.

Já para a psicóloga Andreia Negrelli, este tipo de projeto ajuda também no desenvolvimento e socialização dos pacientes. Segundo ela, é possível ver mudanças significativas naqueles que participam. “Eles estão mais alegres e mais ‘soltos’. A arte conta muito deles e da história deles”, afirma.

Parceiro do projeto, o juiz da VEPMA, Luciano Losekann, autorizou que as telas e pinturas possam ser expostas também nos átrios dos Fóruns Civil e Criminal, além do Tribunal de Justiça do Estado.

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