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Programa “Metendo a Colher” é lançado no Presídio Central

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O programa, que iniciou em 2013, visa coibir a violência contra a mulher com projetos que auxiliam na prevenção, trabalhando a socialização dos detentos para evitar a reincidência
O programa, que iniciou em 2013, visa coibir a violência contra a mulher com projetos que auxiliam na prevenção, trabalhando a s - Foto: Caroline Paiva/Susepe

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), por meio da Assessoria de Direitos Humanos/Coordenadoria Penitenciária da Mulher, iniciou o primeiro grupo de responsabilização de agressores do programa Metendo a Colher. O lançamento ocorreu na última quarta-feira (06), no Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). O programa, que iniciou em 2013, visa coibir a violência contra a mulher com projetos que auxiliam na prevenção, trabalhando a socialização dos detentos para evitar a reincidência.

Serão cinco encontros ao total, realizados uma vez por semana, com a duração de duas horas. De acordo com a autora do programa e psicóloga da Susepe, Maristela Mostardeiro, o trabalho visa educar, conscientizar e responsabilizar os agressores. “Também realizaremos os devidos encaminhamentos, quando necessário (álcool, drogas, psiquiatria)”, acrescentou.

O primeiro grupo compreende 15 apenados que foram enquadrados na Lei Maria da Penha. Dentre os crimes cometidos contra as mulheres estão: feminicídio e tentativa, cárcere privado, lesão corporal, ameaça de morte e quebra de medida protetiva.

 

Como funciona o Metendo a Colher

O programa compreende outros projetos que vão além dos grupos de responsabilização. São realizadas também entrevistas para levantar o perfil dos agressores e monitoramento para evitar novos delitos. Quando o agressor sai da prisão, a Susepe envia em tempo real o alvará de soltura para a Patrulha Maria da Penha e, quando este oferece risco de cometer feminicídio, a Brigada Militar é acionada para realizar o monitoramento.

A psicóloga Maristela Mostardeiro enfatiza a importância da parceria das vinculadas da Secretaria de Segurança Pública para o sucesso dos projetos. "A união da rede externa é muito importante para auxiliar na minimização da vulnerabilidade social da mulher", comenta.

O ciclo de violência contra a mulher

No Presídio Central são 77 detidos primários por agressão a mulher. A maioria deles não conhece integralmente a Lei Maria da Penha e muitos acabam reincidindo no delito. “A ideia é evitar este ciclo de violência. O grupo vai conhecer a Lei Maria da Penha e saber que mudança de atitudes deve ter para não voltar ao presídio”, afirma a psicóloga Maristela Mostardeiro.

A coordenadora da Assessoria de Direitos Humanos da Susepe, Janice Ribeiro, também apoia o programa e reforça a importância da socialização do detento para o fim do ciclo de violência contra a mulher.

O apenado J. F. comenta que aposta na iniciativa e na necessidade de uma rede de proteção à mulher: “Como eu posso julgar uma mulher, se eu vim de uma?”. Já o detento W. S. reconhece que é preciso mudanças: “Céu para alcançar e inferno para evitar”.

Com a expansão do projeto para todo o Estado, as assistentes sociais, Daiana Maturano e Sabrina Varoni, da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, também iniciarão um grupo com as apenadas que sofreram este tipo de violência. Atualmente são 1.736 mulheres detidas no Estado, sendo que muitas acabam ingressando no sistema por tentar entrar com ilícitos para levar aos seus companheiros/familiares nos presídios.

O projeto conta também com o apoio da Força Tarefa da Brigada Militar no PCPA, além da equipe técnica e as psicólogas Debora Godinho e Silvia Baldino, que darão continuidade ao projeto.

Texto: Caroline Paiva/Susepe

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