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Presídios apostam em hortas comunitárias como opção de tratamento penal

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Em Camaquã, a horta tem cerca de 500 m².
Em Camaquã, a horta tem cerca de 500 m². - Foto: Caroline Paiva/Imprensa Susepe
Por Caroline Paiva/Imprensa Susepe
Como uma opção de tratamento penal, diversas casas prisionais do Estado têm apostado na criação e manutenção de hortas comunitárias. Elas variam de tamanho, conforme a disponibilidade de espaço, mas todas são mantidas por presos ou presas recolhidos no estabelecimento e contam com a parceria da comunidade na execução.

Por exemplo, no Anexo Feminino da Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro, a horta comunitária é biodinâmica, ou seja, utiliza técnicas da agricultura biodinâmica, que produz alimentos saudáveis sem o uso de agrotóxicos, também utiliza o Calendário Astronômico Agrícola. O projeto é apoiado pelo Instituto Mahle, da Alemanha, que oferece recursos para o técnico agrícola Alexandre Rodrigues, que desenvolve o projeto na casa prisional. A horta funciona desde 2016, sendo uma iniciativa da direção e equipes técnica e de segurança, e oferece trabalho para seis detentas do anexo da casa prisional.

Na última sexta-feira (05) foram entregues quatro caixas com alface, couve e temperos para a APAE Montenegro e o Lar Recanto das Vovós. Além do plantio de verduras e hortaliças, uma parceria com a empresa Bio Composto e viveiros de mudas de produtores da região conquistou um plantio para 100 árvores frutíferas na casa prisional.  

Camaquã

Em Camaquã, na região Sul do Estado, aproximadamente 500 m², integrantes do terreno do Presídio Estadual de Camaquã, foram designados para o cultivo das mais diversas verduras e legumes. Mandioca (ou aipim, como é mais conhecida no Rio Grande do Sul), milho verde, abóbora, couve-flor e até melancia são algumas das sementes plantadas e já colhidas na horta da casa prisional.

Além da horta, existe uma pequena área separada, cercada por telas, só com chás, que vão de Camomila à Boldo. Os insumos para o desenvolvimento da horta (como calcário, uréia, adubos e sementes) são provenientes de doações com parceiros do município. Os produtos colhidos são, assim como nos demais presídios, em sua maioria doados para creches, asilos e hospitais locais.

Pelotas

A horta comunitária do Presídio Regional de Pelotas, que compreende 5.000 m² e foi reativada em 2015, também já rende frutos. Na última quarta-feira (10), foram entregues 20 caixas de hortaliças para o Lar de Jesus, uma entidade assistencial do município que atende crianças em situação de vulnerabilidade social. Nas caixas, entregues ao representante, Antonio Lima, havia couve, cebola, cebolinha e salsa. Trabalham nela cinco apenados e são semeadas todas as sementes doadas pela comunidade local.

O objetivo de criar e manter as hortas nos presídios é, além de reaproveitar uma área ociosa do estabelecimento, oportunizar uma forma de trabalho e tratamento penal para os apenados que trabalham em sua manutenção, bem como aproximar a comunidade da realidade das casas prisionais e instigar a rede de solidariedade.

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