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Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas promove curso de auxiliar de cozinha

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Pela primeira vez, acontecem ações de tratamento penal na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), estabelecimento prisional que abriga os apenados mais perigosos do Estado, e com as maiores penas de reclusão impostas pelo Judiciário. As aulas de auxiliar de cozinha, que iniciaram em julho e seguem até outubro, são ministradas por instrutores do Senac. Cerca de 16 apenados do regime fechado participam do curso, onde aprendem técnicas básicas de cozinha, disposição dos pratos na mesa, aproveitamento de alimentos e uso adequado de temperos.

Cultura

Já é possível vislumbrar mudanças na rotina culinária, explicou a professora do Senac, Jussara Andrade. “A Pasc dava as sobras de comidas das galerias para os cavalos e porcos da comunidade de Charqueadas. Mas com a reutilização de cascas e folhas desenvolvida durante o projeto é possível produzir pratos nutritivos e saborosos.

O apenado E.I. cuja sentença é de mais de 30 anos no regime fechado, disse que está muito satisfeito com a oportunidade de aprender.“Estávamos muito reclusos, sem produzir nada. E, agora, me sinto mais humanizado de forma que até minha família vai ficar mais tranquila, já que é a primeira vez em que estou participando de ações de tratamento penal”, reiteirou.

Já, F.F. informou que serão bem-vindos todos os outros projetos de inclusão social. “Espero que mais colegas possam participar destes atos. A gente se sente melhor”, disse.

Melhorias

A cozinha dos servidores foi toda reformada com a mão de obra prisional. O ambiente ficou mais arejado, iluminado e espaçoso, comportando a produção de mais de 60 refeições ao dia.

A comida é feita por apenados. Eles também estão recebendo dicas de aproveitamento da professora Jussara. “Já estes alunos dominam mais a arte de cozinhar. Para eles, apresento técnicas de aproveitamento de alimentos, o que representa mudança de cultura que promove a economia dos recursos públicos”.

O diretor da Pasc, Mário Pelz, acrescentou ainda que a penitenciária será beneficiada pelo projeto piloto de remição pela leitura e que a direção vai seguir com as parcerias, visando ações de inclusão social conforme prevê o artigo 41 da Lei das Execuções Penais (LEP).

Texto: Neiva Motta

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