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Operação reprime práticas criminosas virtuais durante as enchentes

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A foto mostra a PC realizando apreensão
Entre os golpes, diversos envolviam a enchente no Rio Grande do Sul - Foto: Divulgação/PC

Nesta quarta-feira (19/6), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Força-Tarefa Cyber, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagrou mais uma fase da Operação Dilúvio Moral. Nessa fase, o cumprimento das ordens judiciais ocorreu nos estados de Goiás e São Paulo. Duas pessoas foram presas durante a operação.

A ação, que contou com o apoio operacional da Polícia Civil de Goiás e da Polícia Civil do estado de São Paulo, teve o cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e de quatro mandados de busca e apreensão na residência dos alvos e em outros locais de interesse da investigação.

Um dos mandados de prisão foi expedido para um indivíduo de 20 anos de Goiânia-GO, apontado como um dos principais responsáveis por estelionatos praticados no meio virtual. Entre esses crimes, muitos envolviam a enchente no Rio Grande do Sul e foram praticados com os demais alvos da operação. O indivíduo preso é suspeito de movimentar mais de 36 milhões de reais em transações atípicas recentes.

A segunda prisão foi de uma mulher na cidade de Luziânia-GO, sócia de um menor (que foi alvo da 1.ª fase da operação Dr. Money, em 24/5) em uma empresa de pagamentos e mãe de um menor de 16 anos. Ela estava envolvida no desvio de doações direcionadas à enchente por meio de um website falso.

 Origem da fraude

A fraude que originou as investigações consistiu na criação de páginas na internet que simulavam páginas oficiais do governo do Estado em mais de um domínio, alarmando a população de que estariam diante do maior desastre da história do Rio Grande do Sul.

A partir de então, as páginas redirecionavam os usuários para uma nova página falsa, que simulava o website Vakinha, em que era divulgada uma suposta campanha de arrecadação de doações. A página, inclusive, era impulsionada pelas redes sociais, a fim de atingir o maior número possível de pessoas.

Na página simulada, era divulgado um QR Code, gerado por uma fintech de checkout (espécie de loja virtual), que permitia o pagamento via Pix. A partir de então, o valor da suposta contribuição era redirecionado da loja virtual para um gateway de pagamentos, que repassava o valor para o local indicado pelos golpistas (em regra, para empresas dos quais os suspeitos são sócios). Assim, o valor era captado com aparência de licitude, pois simulava a “venda” de um produto ou serviço oriundo das empresas.

Uma vez identificada a fraude, as páginas foram retiradas do ar e foi feito o bloqueio de todas as contas bancárias vinculadas ao CPF e aos CNPJs dos investigados. A partir disso, buscou-se, por meio de ferramentas tecnológicas de investigação, a identificação e a responsabilização dos suspeitos.

Investigação

Os websites fraudulentos foram criados e operados por dois menores infratores de 16 anos, um de Balneário Camboriú-SC e um de Luziânia-GO.

Os golpes perpetrados pelos menores tiveram auxílio de um indivíduo de 20 anos, residente em Goiânia-GO, apontado como um dos principais responsáveis por estelionatos praticados no meio virtual. Entre esses golpes, diversos envolviam a enchente no Rio Grande do Sul. O indivíduo é suspeito de movimentar mais de 36 milhões de reais em transações atípicas recentes.

Para a prática ilícita, os suspeitos buscaram ocultar sua verdadeira identidade, ao utilizar dados pessoais de “laranjas” e de empresas. Em uma dessas empresas, figuram como sócios o menor alvo da primeira fase da operação Dr. Money e uma mulher de 46 anos, residente em Luziânia-GO, mãe do outro menor integrante do grupo responsável pelos crimes.

Em maio, durante a primeira fase da operação, que teve como alvo apenas o menor infrator de Santa Catarina, foi identificado um apartamento de alto padrão em Balneário Camboriú, que funcionava como “central” para aplicação de golpes na internet. Nele foram apreendidos aparelhos eletrônicos e foram obtidas provas da participação de todos os suspeitos na empreitada criminosa.

Atuação da Força-Tarefa

O grupo de delegados e agentes do Deic foi destacado com o objetivo principal de reprimir práticas criminosas virtuais que se utilizem da atual situação do Estado com o fim de obter vantagens de qualquer natureza.

São mais de 60 casos já analisados pelo grupo. Mais de 30 inquéritos policiais foram instaurados e contam com diligências investigativas em andamento, com o objetivo de responsabilizar os identificados.

Até o momento, sete pessoas foram presas preventivamente e foram deferidas mais de 50 medidas cautelares pelo Poder Judiciário, após pareceres favoráveis do Ministério Público. Esses órgãos, atentos ao estado de calamidade, têm atendido às demandas da Polícia Civil com grande celeridade.

Texto: Ascom-PCRS
Edição: Anelize Sampaio
Revisão técnica: Elen Azambuja

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