A Operação X-CON da Polícia Civil, que teve três fases no combate aos crimes de extorsão, associação criminosa e lavagem de dinheiro, recebeu destaque no programa Linha Direta que foi ao ar na última quinta-feira (25/5). Desencadeada pela Delegacia de Polícia de Esteio, a operação desarticulou um grupo de criminosos que aplicavam o chamado golpe dos nudes.

Esse golpe consiste inicialmente em um contato com uma possível vítima, por rede social ou pelo aplicativo WhatsApp. Nesse primeiro momento, uma jovem bonita instiga a vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos íntimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e que a vítima cometeu pedofilia. Para não denunciar, isto é, para não levar o fato ao conhecimento de um delegado de polícia acarretando na prisão da vítima, o suposto pai exige depósitos em dinheiro.

Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o extorsionário continua a exigir dinheiro, dizendo que haverá a necessidade de submeter a filha a tratamento psicológico. Em um dos casos investigados, o suposto pai exigia dinheiro para o enterro da adolescente que teria praticado suicídio por causa dos danos psicológicos.

No golpe dos nudes, também costuma haver uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais. Este afirma que será registrada uma ocorrência e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, que continua a depositar dinheiro aos golpistas.

Nas investigações conduzidas pela polícia de Esteio, iniciadas em maio de 2021, houve o afastamento do sigilo bancário de duas investigadas. Ao longo de dois meses, foi constatada a movimentação de cerca de R$ 160 mil em uma das contas e R$ 357 mil na outra. Esse fluxo financeiro era incompatível com a renda informada pelas suspeitas. Todos os investigados tinham vinculação com presos ou ex-detentos.

As três fases da Operação X-CON foram desencadeadas em setembro de 2021, fevereiro de 2022 e setembro de 2022 em Esteio, Porto Alegre e outras doze cidades gaúchas. Ao todo, o bloqueio de contas investigadas supera a quantia de R$ 7 milhões.

Cabe destacar que nenhum Policial Civil, seja agente ou delegado, entra em contato para solicitar valores. Em dúvida, procure a Delegacia de Polícia mais próxima e faça o registro de ocorrência.

Texto: Ascom PC

Edição: Ascom SSP