Governo do Estado inaugura Sala Lilás em Santana do Livramento
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O Instituto-Geral de Perícias, em parceria com o projeto Rede de Atendimento da Segurança Pública para o Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar, inaugura, em Santana do Livramento, no dia 31, às 14h, a Sala Lilás, na sede da 7ª Coordenadoria Regional de Perícias (CRP), Rua Silveira Martins, 336, Centro. A solenidade contará com a participação do secretário da Segurança Pública, Airton Michels e da secretária de Políticas Públicas Para As Mulheres, Ariane Leitão.
Santana do Livramento será o segundo município gaúcho a ter uma Sala Lilás. O novo serviço funcionará na 7ª Coordenadoria Regional de Perícias, que atende também os municípios de Aceguá, Alegrete, Bagé, Barra do Quarai, Dom Pedrito, Itaqui, Lavras do Sul, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí e Rosário do Sul.
A inauguração terá como atração especial a apresentação do Grupo Tradicionalista Anita Garibaldi, em que as meninas costumam se vestir em tons de lilás. A homenagem simboliza a acolhida da comunidade ao novo serviço, que tem a perspectiva de modificar a realidade em relação à violência contra a mulher. Na Sala Lilás, as mulheres têm total privacidade enquanto aguardam o atendimento para a perícia física são recebidas pelo serviço psicossocial e podem fazer o retrato falado digital.
A perícia física compreende o exame de lesões e a coleta de material biológico para exames periciais. O serviço psicossocial foi criado para ajudar as vítimas de violência doméstica e familiar e de abuso sexual. Assistentes sociais reúnem informações sobre as condições sociais dos usuários e, a partir delas, fazem um melhor encaminhamento à rede social de proteção. O retrato falado digital, por sua vez, é feito em um software de imagem. A vítima é atendida por profissionais qualificados.
Kit
Ainda é utilizado um kit padronizado de coleta de material para vítimas de agressão sexual e são oferecidas vestes íntimas descartáveis. Assim a mulher não precisa se constranger enquanto a lingerie original - muitas vezes contendo vestígios de sêmen do agressor - é recolhida e encaminhada para análise com as demais amostras coletadas.
O kit de coleta de material para vítimas de agressão sexual já está sendo utilizado nos 36 postos médico-legais do RS. A padronização do kit de coleta para as vítimas de agressão sexual, foi desenvolvida também pelo IGP, através do Departamento de Perícias Laboratoriais (DPL) e do Departamento Médico-Legal (DML).
Além do atendimento 24 horas, o Instituto-Geral de Perícias, (IGP) trabalha na qualificação dos dados e na análise estatística da violência doméstica e familiar. É utilizado um software desenvolvido especialmente para gerenciamento, controle e emissão dos trabalhos periciais, com recorte de gênero e controle do número de casos de agressões.
A Coordenadora Estadual da Sala Lilás, corregedora-geral do Instituto-Geral de Perícias, Andrea Brochier Machado, salienta que "o objetivo do acolhimento e do atendimento é mudar a perspectiva do olhar sobre a mulher vítima de violência, para que não seja mais tratada como um acréscimo às estatísticas criminais, mas sim um sujeito que deve retornar à vida e ser protagonista na reconstrução da auto-estima e do autovalor".
A iniciativa da Sala Lilás integra também as ações do Governo do Estado, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. No dia 26 de setembro foi assinado o ato de adesão ao programa do Governo Federal "Mulher, Viver sem Violência". Participaram do ato, que ocorreu no Palácio Piratini, o governador Tarso Genro e a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci.
Por que Sala Lilás?
A cor Lilás foi escolhida para homenagear 129 mulheres queimadas vivas, em uma fábrica de tecidos em Nova Iorque, em 8 de março de 1857, por reivindicarem um salário justo e a redução da jornada de trabalho. A polícia acabou por trancar as portas da fábrica e colocar fogo no imóvel. No momento do incêndio, era confeccionado um tecido de cor lilás, origem da cor do movimento pelos direitos da mulher em todo o mundo, e também pelo motivo dos corpos carbonizados dessas mulheres ficarem com tons de lilás.
Texto: Maria da Graça Kreisner
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305