Demolidora conclui instalação de cargas para a implosão da antiga sede da SSP
Sob vigilância de BM e Exército, foi encerrado o carregamento de explosivos nos pilares para a detonação no domingo (6/3), às 9h
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A FBI Demolidora, empresa contratada pelo Estado para executar a implosão da antiga sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), concluí no final da noite de sexta-feira (4/3) a instalação dos explosivos para a implosão do prédio, que ocorrerá neste domingo, às 9h. O carregamento dos 200 quilos de emulsão encartuchada aditivada, da marca Ibegel SSP – uma coincidência aleatória com a sigla da pasta –, são uma das últimas etapas que antecedem o clímax do acontecimento histórico. Essa implosão é a primeira de um imóvel do poder público na Capital e também a primeira na cidade desde a demolição do edifício das Lojas Renner, também atingido por um incêndio, em 1976.
O material chegou no terreno da antiga sede pontualmente às 7h de sexta-feira (4/3), em um caminhão baú de uma empresa especializada nesse tipo de transporte, sob escolta de segurança privada, contratada pela FBI, e sob monitoramento da BM e do Departamento de Inteligência da Segurança Pública (Disp) da SSP. Ao longo de manhã, tarde e noite, um grupo de 14 profissionais – entre os quais três engenheiros de minas e seis blasters, também conhecidos como cabos de fogo, com treinamento específico para manuseio desse tipo de material – trabalharam na instalação dos explosivos nos pilares dos quatro primeiros andares do prédio.
Após a inserção das emulsões em perfurações de 1,02 metro de profundidade média nos pilares, num total de 1.184 furos, os profissionais fazem as conexões preliminares dos 4,5 mil metros de cordel detonante que ligam os explosivos entre si. No domingo pela manhã, horas antes da implosão, será feita a conexão principal do circuito a um tubo pirotécnico de 300 metros, que segue até ponto onde fica o detonador. Após a contagem regressiva, uma vez acionado o botão, é deflagrada uma substância a mil metros por segundo de velocidade, o torna o comando praticamente instantâneo.
Essa preparação, que exige técnica altamente apurada, é fundamental para a sequência correta da detonação. Conforme o plano elaborado pelo responsável técnico do serviço, o engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, reconhecido na área como o profissional com maior know-how do país e responsável pelas maiores implosões já realizadas no Brasil, as explosões ocorrerão do primeiro para o quarto andar, com um intervalo de meio segundo entre um e outro.
Em cada andar, a sequência é a mesma. Começa pelos pilares centrais da edificação, de forma que parte já colapsada da estrutura dê início ao movimento de queda. Depois, seguem em direção às duas extremidades laterais do prédio, com intervalo de 0,4 segundos de um pilar para o outro.
A sucessão de explosões também estará programada de forma que, além da direção horizontal do meio para as pontas, ocorra primeiro nos pilares mais próximos da fachada principal, voltada para a Avenida Voluntários da Pátria, e siga até os que ficam mais perto da face posterior do prédio, voltada para a Avenida Castelo Branco.
Dessa forma, a ação da gravidade deve fazer com que as duas torres de sustentação laterais cedam em movimento diagonal para o centro e na direção do interior do terreno da SSP, de forma que a Avenida Castelo Branco não seja atingida. O vídeo abaixo mostra uma simulação de como deve se dar a implosão.
Simulação de como será a implosão do prédio da antiga sede da SSP, em Porto Alegre, no dia 6/3
Confira simulação gráfica de como deverá ocorrer a implosão do prédio da antiga sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, que será realizada às 9h de domingo. Arte: Vagner Karan/Secom Crédito: SSP RS
A previsão é de que toda a implosão dure sete segundos. Depois, restarão no chão 20 mil toneladas de escombros, que serão removidos do terreno pela FBI Demolidora em cerca de 30 dias.
Confira neste link todas as informações sobre bloqueios em um raio de 300 metros do prédio, as alterações em serviços na região e todas as ações programadas pelo Sistema de Controle de Incidentes (SCI), sob coordenação da Defesa Civil Estadual, para garantir da segurança da operação.
Texto e edição: Carlos Ismael Moreira/SSP