98ª Operação Desmanche interdita estabelecimentos irregulares em Passo Fundo
Esta é a segunda vez que o município recebe a força-tarefa para vistorias de comércios irregulares
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Dois estabelecimentos de comércio de peças automotivas em Passo Fundo, na Região Norte, foram interditados na manhã desta terça-feira (13/07) na 98ª Operação Desmanche. Esta é a segunda vez que a força-tarefa vistoria estabelecimentos do município. O quantitativo de sucatas sem procedência recolhidas ultrapassou 20 toneladas. Todo material recolhido será encaminhado para a reciclagem na Gerdau, empresa parceira da Força-tarefa na operação.
Os comércios não tinham credenciamento junto ao Departamento Estadual de Trânsito (DetranRS) e os proprietários foram notificados por irregularidade ambiental, devido material armazenado diretamente sobre o solo. Um dos estabelecimentos também foi autuado por Plano de Prevenção contra Incêndio (PPCI) vencido.
A Operação Desmanche é coordenada pelo Departamento de Inteligência da Segurança Pública (Disp) da Secretaria da Segurança Pública (SSP), em conjunto com a Brigada Militar (BM), Polícia Civil (PC), Instituto-Geral de Perícias (IGP), DetranRS e Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS). Todos os protocolos sanitários de prevenção contra a Covid-19, com utilização obrigatória de máscara e outros equipamentos de proteção individual (EPIs), foram seguidos.
Em março de 2019 outros dois estabelecimentos já haviam sido vistoriados no município. Na época, os comércios alvos da 80ª Operação Desmanche, foram interditados por irregularidade ambiental. As sucatas automotivas, que somaram mais de 100 toneladas, foram encaminhadas para a reciclagem.
O coordenador da Força-Tarefa Desmanches, inspetor Airton Gustavo Meirelles, destaca a importância da integração. "A operação tem importante função pedagógica para coibir a atividade ilegal dos Desmanches. A união e a parceria com todas as instituições que atuam na operação são essenciais para o êxito das ações que são refletidas na queda dos indicadores de criminalidade", avalia.
Criada em 2016 e ampliada ao longo dos anos, a Operação Desmanche aprimorou o combate à receptação e ao desmonte de veículos roubados, impedindo que estabelecimentos irregulares ou que vendam peças sem origem identificada continuem em funcionamento. Até hoje, a ofensiva já teve 98 edições, visitou 53 municípios, realizou 73 prisões, interditou 146 estabelecimentos e apreendeu 7,4 mil toneladas de sucata sem procedência confirmada. A partir de dezembro de 2017, um ano após a criação da Operação Desmanche, o Estado iniciou uma sequência de reduções na comparação com o mesmo mês do ano anterior que se mantém até hoje – já são 42 meses seguidos.
O número de ocorrências, que em junho do ano passado foi de 670, caiu 42,2%, para 387 registros. É o menor total para o período em toda a série histórica, iniciada em 2002. Na comparação com o pior momento já vivenciado pelos condutores gaúchos, em 2016, quando o número de veículos levados por assaltantes só no mês de junho chegou a 1.423, o dado atual representa uma redução de 72,8%.
Uma forma de o cidadão contribuir com essas reduções e não alimentar o mercado ilegal é utilizar a ferramenta lançada pelo DetranRS para consulta de peças usadas com origem certificada: o site Peça Legal. A plataforma de busca reúne o estoque cadastrado em todos os Centros de Desmanche de Veículos (CDVs) e permite pesquisas por tipo de veículo (carros, motos, caminhões, ônibus e outros), pelo nome da peça e também pelo modelo do automóvel. Depois, é possível filtrar por município e escolher o estabelecimento mais próximo. As peças comercializadas por estes estabelecimentos têm rastreabilidade de origem e respeitam critérios técnicos de segurança e normas ambientais para a sua seleção. Atualmente, o DetranRS tem 428 CDVs homologados e 81 empresas em processo de credenciamento.
Texto: Lurdinha Matos/SSP
Edição: Carlos Ismael Moreira/SSP