Nesta segunda-feira (25/3), a Polícia Civil deflagrou a Operação Fallacia para combater o chamado “golpe dos nudes” nos municípios de Sapucaia do Sul, Montenegro e Santa Vitória do Palmar. Ao longo da manhã, foram cumpridas 24 ordens judiciais, incluindo nove mandados de busca e apreensão, nove medidas cautelares diversas da prisão e uma de bloqueio de valores.

As investigações tiveram início em maio de 2023 no estado de Goiás. Na ocasião, um homem sofreu prejuízo de mais de R$ 50 mil após ser vítima de extorsões. Ao não suportar mais as ameaças do grupo criminoso, o homem cometeu suicídio em Caiapônia (GO). A Polícia Civil de Goiás conseguiu localizar nove suspeitos de terem participado, direta ou indiretamente, do crime. Foi verificado que o grupo movimentou, pelo menos, R$ 200 mil, possivelmente através de crimes de mesma espécie com vítimas em todo o país.

Um dos investigados, que é ligado a uma facção criminosa do Vale dos Sinos, teria recebido a maior parte do dinheiro quando ainda era foragido do sistema prisional gaúcho. Por esse motivo, a Operação Fallacia foi deflagrada no Rio Grande do Sul. Na ação de hoje, foram bloqueados valores em contas de todos os suspeitos e apreendidos bens e valores de origem ilícita.

Como funciona o golpe dos nudes

Esse golpe consiste em crime de extorsão que se inicia com um contato com uma possível vítima, normalmente um homem de meia-idade ou idoso, por rede social ou pelo aplicativo WhatsApp. Nesse primeiro momento, uma mulher jovem instiga a vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos íntimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e que a vítima cometeu pedofilia. Para não denunciar, isto é, para não levar o fato ao conhecimento de um delegado de polícia, o suposto pai exige depósitos em dinheiro.

Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o extorsionário continua a exigir dinheiro, dizendo que haverá a necessidade de submeter a filha a tratamento psicológico. Também pode haver uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial ou delegado, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais. Este afirma que será registrada uma ocorrência e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, que continua a depositar dinheiro aos golpistas.

Todos os envolvidos no golpe costumam integrar uma organização criminosa e utilizam de identidades falsar para exigir dinheiro da vítima. A orientação é para a vítima registrar boletim de ocorrência assim que começarem as ameaças. Além disso, é importante bloquear esses contatos e não realizar os pagamentos solicitados.

^{Texto: Ascom PC
Edição: Anna Emília Soares - Ascom SSP}